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Eike Batista desembarca no Brasil e é preso pela PF na pista de pouso

Empresário foi detido no Aeroporto do Galeão, assim que chegou de Nova York. Equipe da Polícia Federal o aguardava na pista de pouso

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Fábio Motta/Agência Estado
EIKE TEM CABELO CORTADO
1 de 1 EIKE TEM CABELO CORTADO - Foto: Fábio Motta/Agência Estado

Considerado foragido após ter tido a prisão decretada na Operação Eficiência, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (26/1), o empresário Eike Batista desembarcou no Rio de Janeiro por volta das 9h54 desta segunda-feira (30), em um voo da American Airlines, vindo de Nova York (EUA).

O ex-bilionário foi preso ainda na pista de pouso e levado em uma viatura pela PF, que o aguardava no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. Ele chegou ao Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio, às 10h29 para exame de corpo de delito, para atestar as condições físicas do empresário. Deixou o local às 11h02.

Em seguida, Eike foi levado ao Presídio Ary Franco, no bairro Água Santa, na zona norte da cidade carioca, aonde chegou às 11h15. Por volta das 13h30, ele voltou a entrar na viatura em direção ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Preocupação
Se Eike não comprovar que possui ensino superior, terá de aguardar julgamento em uma cela comum, o que causa preocupação de seu advogado, Fernando Martins. “Há preocupação nossa com todas as unidades prisionais”, comentou. Detentos com diploma são encaminhados para unidades restritas aos que têm graduação, como o Complexo Penitenciário Bangu 8. A princípio, acredita-se que ele ficará em Bangu 9.

Em sua biografia, “O X da questão”, escrita pelo jornalista Roberto d’Ávila e lançada em 2011, Eike revelou que não possui diploma.

“Estudei engenharia metalúrgica na Universidade de Aachen, na Alemanha. Rodei o mundo. Falo cinco idiomas. Sou engenheiro por formação, ainda que não tenha completado a graduação. Fui vendedor de seguros”, escreveu o empresário no primeiro parágrafo da introdução do livro.

O advogado acrescentou que não traçou linha de defesa por ainda não ter conversado com Eike desde a chegada do empresário ao Brasil. “Até agora as medidas jurídicas estamos adotando no sentido de preservar a integridade. Primeiro vamos conversar com o cliente para depois adotar as medidas cabíveis”, disse.

A PF confirmou, por meio de nota, o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, na quarta-feira (25). Havia expectativa de que o empresário prestasse depoimento na sede da PF, na zona portuária da capital fluminense, ainda nesta segunda, o que deve ocorrer na terça (31).

Na área de embarque do aeroporto dos Estados Unidos, Eike Batista deu entrevista ao programa “Fantástico”. “Estou voltando para responder à Justiça como é meu dever. Está na hora de passar as coisas a limpo. Estou à disposição da Justiça”, disse. Questionado se pretendia fugir para Alemanha, onde tem cidadania, o empresário negou a informação e afirmou que foi a Nova York a trabalho.

Operação Eficiência
Segundo as investigações da Polícia Federal, Eike pagou US$ 16,5 milhões em propinas para Sérgio Cabral (R$ 52 milhões em valores atuais). O empresário deixou o país usando passaporte alemão e teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados em todo o mundo.

 

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