Tema da redação do Enem, violência contra a mulher bomba nas redes
Maioria dos comentários apoiou escolha. Candidatos terão cinco horas e meia para responder à prova e escrever texto, neste domingo (25/10)
atualizado
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Logo após o fechamento dos portões de acesso aos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (25/10), o Ministério da Educação (MEC) divulgou o tema da redação de 2015. Os candidatos terão de escrever sobre a “persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
No primeiro dia de exame, estudantes também tiveram de responder a questões relacionadas à filósofa feminista Simone de Beauvoir, sobre igualdade de gênero. Na página do MEC no Facebook, internautas repercutiram positivamente a escolha do tema.
“MELHOR TEMA DA VIDA, obrigada, MEC!”, elogiou Janine Carmona. “Prevejo muitos machistas sendo zerados por violação aos direitos humanos”, alfinetou Bruna Teixeira.
Obrigada por isso e por Simone de Beauvoir. Nós, principalmente as professoras, agradecemos
Carolina Marques, no Facebook do MEC
No ano passado, o combate à discriminação de gênero nas escolas foi alvo de polêmica no Congresso Nacional. A partir de um lobby da bancada religiosa, o trecho que defendia explicitamente a “promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual” foi removido do Plano Nacional de Educação (PNE). Na época, o argumento defendido por parlamentares evangélicos e católicos era de que o texto faria apologia a uma suposta “ideologia de gênero”.
Veja a repercussão no Twitter:
“Mimimi”
Não demorou para que brotassem os comentários contra a decisão. “Isso é sacanagem dessa esquerdinha ridícula que dirige o país”, esbravejou Carlos Henrique Fadul Abrantes, no Facebook do MEC.
“Engraçado esse tema. Um doce pra quem adivinhar quem é o gênero responsável pela esmagadora maioria da violência doméstica contra crianças e idosos… Mas tá certo, tem que aparelhar e doutrinar o estado mesmo, ninguém manda a direita brasileira ser frouxa”, reclamou Matheus Dias.
As críticas ao tema, entretanto, foram ofuscadas pelos elogios à decisão do Ministério da Educação, apoiada pela maioria dos comentários. Em menos de duas horas, a publicação rendeu mais de 42 mil compartilhamentos e 44 mil curtidas no Facebook.
Tranquilidade
Os portões foram fechados pontualmente às 13h. Diante da repreensão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tudo ocorreu com tranquilidade no colégio da Asa Sul que está sob investigação por reabrir as portas após o horário no primeiro dia de provas.
Ao todo, cerca de 47,6 mil inscritos do Distrito Federal deixaram de fazer a prova do primeiro dia. O número equivale a uma taxa de abstenção de 29,36%, em meio aos 162.199 inscritos locais. O índice está acima da média nacional deste ano, que registrou 25,31% de ausências.