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Sem papel, USP atrasa diplomas por quatro meses

Papeis utilizados são confeccionados pela Casa da Moeda do Brasil. Universidade firmou novo contrato com a empresa em março, no valor de R$ 444,8 mil, para a entrega de 80 mil diplomas em 20 meses

atualizado

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Sem papel, a Universidade de São Paulo (USP) suspendeu parcialmente em março a impressão de diplomas para alunos que concluíram a graduação ou a pós-graduação. Apenas os casos considerados urgentes foram atendidos nos últimos quatro meses. Segundo a universidade, aproximadamente 4 mil estudantes aguardam seus diplomas.

A instituição afirmou que a emissão dos certificados foi interrompida em março porque o estoque do papel usado estava “baixo”. No entanto, não informou quanto ainda havia no estoque quando a reitoria determinou a suspensão parcial. Na segunda-feira (25/7), a universidade informou que um lote do material foi entregue e que a emissão será “imediatamente retomada”.

Os papéis usados para a impressão dos diplomas são confeccionados pela Casa da Moeda do Brasil, empresa estatal do governo federal. De acordo com o Diário Oficial, a universidade só firmou novo contrato com a empresa no dia 15 de março, no valor de R$ 444,8 mil, para a entrega de 80 mil diplomas em 20 meses. A USP não esclareceu por que o contrato só foi assinado quando o estoque já estava baixo.

Em nota, a Casa da Moeda informou que o contrato previa prazo de 150 dias para a primeira entrega. Ou seja, a empresa estatal teria até o dia 14 de agosto para entregar os primeiros 4 mil diplomas.

A empresa afirmou que a USP solicitou urgência na entrega de pelo menos 6 mil diplomas – no entanto, não informou quando o pedido de urgência foi feito. “A fim de colaborar com a instituição, a Casa da Moeda enviou, antecipadamente, 7,5 mil diplomas no dia 21 de julho.”

Urgência
Em nota, a USP declarou que nos últimos quatro meses atendeu apenas os casos que foram considerados urgentes, como estudantes que foram aprovados em concursos públicos ou que precisavam de comprovação da conclusão do curso para empresas ou viagens ao exterior. A instituição não informou quantos pedidos urgentes foram atendidos.

Funcionários que trabalham nos setores de atendimento aos alunos das unidades e pediram para não ser identificados informaram que essa foi a primeira vez que a universidade ficou sem imprimir diplomas. Para os alunos que solicitavam a emissão do documento, as unidades encaminharam e-mail esclarecendo a situação, sem informar que havia brecha para casos urgentes.

PDV
Com o menor repasse de verba do governo estadual em sete anos, a USP prevê fechar este ano com uma dívida de R$ 868 milhões – 60% a mais do que havia estimado no começo do ano. Para atenuar a crise financeira, a instituição aprovou há cerca de dez dias um novo plano de demissão voluntária para funcionários técnico-administrativos e um programa de redução de jornada de trabalho. Desde 2013, o gasto com salários na universidade tem sido superior ao total de recursos recebidos do Estado.

A situação tem feito a universidade usar reservas para pagar as contas. O saldo da poupança da USP caiu de R$ 3,61 bilhões, em junho de 2012, para R$ 1,3 bilhão no fim do ano passado.

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