Setor público tem o pior déficit para maio desde 2001: R$ 30,7 bilhões
Em abril, Governo Central, estados e municípios haviam registrado superávit de R$ 12,9 bilhões
atualizado
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O setor público consolidado (Governo Central, estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 30,7 bilhões em maio, informou nesta sexta-feira (30/6) o Banco Central. Em abril, havia sido registrado superávit de R$ 12,9 bilhões e, em maio de 2016, um déficit de R$ 18,1 bilhões.
O déficit primário em maio é o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em dezembro de 2001.
O resultado fiscal de maio foi composto por um déficit de R$ 32,106 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 894 milhões no mês.Enquanto os estados registraram um superávit de R$ 658 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 235 milhões. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 475 milhões.
O déficit primário do setor público consolidado considerado pelo Banco Central é de R$ 143,1 bilhões para 2017, parâmetro que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Essa projeção leva em conta um rombo de R$ R$ 139 bilhões para o Governo Central em 2017.
Acumulado do ano
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 15,63 bilhões em 2017 até maio, informou o Banco Central. A quantia representa 0,59% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 13,71 bilhões (0,54% do PIB).
O resultado fiscal no acumulado de janeiro a maio foi obtido com um déficit de R$ 34,81 bilhões do Governo Central (1,32% do PIB). Já os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 18,75 bilhões (0,71% do PIB).
Enquanto os estados registraram superávit de R$ 14,93 bilhões (0,57% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 3,83 bilhões (0,15% do PIB). As empresas estatais registraram um superávit de R$ 429 milhões no acumulado deste ano (0,02% do PIB).
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 157,7 bilhões em 12 meses até maio, o equivalente a 2,47% do PIB, informou o Banco Central. Este porcentual é o maior desde dezembro de 2016, quando estava em 2,49%.
O BC leva em conta, em suas projeções, as previsões do governo para a área fiscal contidas na LDO, de déficit de R$ 143,1 bilhões para 2017. Essa projeção considera um rombo de R$ 139 bilhões para o Governo Central em 2017.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em maio pode ser atribuído ao rombo de R$ 170,76 bilhões do Governo Central (2,67% do PIB). Os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 12,22 bilhões (0,19% do PIB) em 12 meses até maio.
Enquanto os estados registraram um superávit de R$ 10,73 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,48 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 832 milhões no período.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 36,25 bilhões com juros em maio, após esta despesa ter atingido R$ 28,33 bilhões em abril, informou o Banco Central.
O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 32,15 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 3,58 bilhões e as empresas estatais, de R$ 507 milhões.
No ano, o gasto com juros subiu de R$ 138,82 bilhões até abril para R$ 175 bilhões até maio (6,63% do PIB).
Em 12 meses, as despesas com juros caíram de R$ 437,14 bilhões para R$ 430,9 bilhões até maio (6,75% do PIB).
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 66,9 bilhões em maio. Em abril, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 15,42 bilhões e, em maio de 2016, deficitário em R$ 60,6 bilhões.
Em relação ao PIB, o déficit nominal de 2016 até maio foi de 7,22%, uma soma de R$ 190,7 bilhões.
Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 9,22% do PIB, com saldo negativo de R$ 588,6 bilhões.