“O navio do Brasil não está afundando”, diz Bill Clinton
Ao encerrar evento que reuniu empresários do setor industrial em Brasília, nesta quinta-feira (12/11), ex-presidente dos Estados Unidos fez um discurso otimista
atualizado
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O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton afirmou que o mundo precisa de um Brasil bem-sucedido e que os Estados Unidos necessitam “desesperadamente” que seu principal parceiro comercial no hemisfério sul dê certo. Ao encerrar o 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai), nesta quinta-feira (12), em Brasília, deixou um recado otimista: “Há uma boa probabilidade que, em cinco anos, vocês olhem para traz e pensem: ‘por que me preocupei tanto?’”, disse. “O navio do Brasil não está afundando”, completou.
Clinton pediu aos empresários brasileiros que olhem as conquistas sociais e econômicas dos últimos 25 anos. Citou como exemplos os avanços na pesquisa para o tratamento do vírus HIV, do compromisso do país com meta de redução na emissão de gases de efeito estufa e em manter 90% da matriz energética limpa. “Todo americano tem interesse em ver o sucesso do Brasil”, garantiu.
Em tom mais otimista ao que o empresariado brasileiro está acostumado a ouvir em relação ao país, o ex-presidente disse que preferiria estar na situação do Brasil que na de muitos países do mundo. Segundo ele, apesar da gravidade da crise, o cenário doméstico – resultado de duas décadas de avanços sociais e econômicos – é mais favorável que o de países que, por exemplo, enfrentam elevadas taxas de desemprego na população jovem, como a Grécia, ou atravessam uma guerra civil e a ameaça de um estado terrorista, como a Síria.
Tenho otimismo com o Brasil. Todos atravessamos um momento difícil, mas a capacidade de o país fazer as coisas acontecerem é impressionante. Nunca se esqueçam das vantagens dadas por Deus a esse país. No Brasil, eu acredito. É natural que fatos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é moldado pelas perspectivas de longo prazo.
Bill Clinton
Integração global
Na avaliação de Clinton, a economia mundial impõe aos países o desafio de buscar padrões mais equilibrados de crescimento, incluindo uma parcela maior da população nos serviços de educação e saúde. Isso, disse, deve ser perseguido em esforço integrado. “Estamos vivendo em uma época de enorme interdependência entre os países, que não podem apenas se divorciarem um dos outros”, argumentou durante o evento, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nesse aspecto, ele defendeu maior integração à economia global. O Brasil, segundo ele, tem enorme potencial para exercer maior protagonismo na integração dos países devido a seus recursos naturais e humanos e à trajetória de superação de crises. Ressaltou, contudo, a necessidade de ajustes na política econômica em vigor desde a crise financeira de 2009 e na grande dependência das exportações de commodities que, na visão dele, criaram distorções na economia doméstica. Informações da Confederação Nacional da Indústria (CNI)