Natura fez demissões e custo de folha deve ser menor pela frente
O vice-presidente de Finanças informou que, no primeiro trimestre de 2016, as margens no Brasil foram afetadas por um aumento de custo com insumos dolarizados e alta de carga tributária
atualizado
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A Natura promoveu demissões e espera uma redução de custos com folha de pagamentos pela frente, informou nesta quinta-feira, 28, durante teleconferência com analistas e investidores o presidente da companhia, Roberto Lima. Ele não deu detalhes sobre o número de colaboradores dispensados.
“Nos separamos de alguns dos nossos colaboradores, cortamos quadro”, disse. “Num primeiro momento, isso traz um custo inicial referente a indenizações, mas pela frente o custo de folha deve ser menor”, acrescentou.
Durante a teleconferência, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, José Roberto Lettiere, destacou os esforços de redução de custos e despesas da companhia na tentativa de conter a queda nas margens. No primeiro trimestre de 2016, ele destacou que as margens no Brasil foram afetadas por um aumento de custo com insumos dolarizados e alta de carga tributária.
A margem bruta da Natura no Brasil atingiu 66,7% no primeiro trimestre de 2016, recuo de 2,2 ponto porcentual.
Impostos
De acordo com Lima, ao longo do primeiro trimestre de 2016, 14 Estados brasileiros aumentaram alíquotas sobre produtos que fazem parte da produção da Natura.
Questionado sobre se haveria uma expectativa de contenção na queda de margem bruta da companhia, Lima considerou que efeitos que prejudicaram os resultados tendem a não se repetir.
“Diante do contexto político, temos observado que talvez não tenhamos mais uma continuidade da desvalorização do Real e, portanto, o câmbio pode não ser mais um fator de impacto na nossa margem”, declarou. “Também esperamos que não tenhamos mais aumentos de carga tributária porque os Estados parecem estar percebendo que a alta do tributo leva a aumentos de preço, queda de volume e que isso tem impacto no emprego e na demanda”, acrescentou.
Market share
A Natura acredita que há uma tendência de contenção da queda que vem sendo observada nos últimos anos da sua participação no mercado de higiene e cosméticos no Brasil, de acordo com Lettiere. Ele participa de teleconferência com analistas e investidores.
Lettiere apresentou dados da consultoria Euromonitor, segundo os quais a Natura registrou market share de 11,1% no Brasil em 2015, um recuo de 0,3 ponto porcentual na comparação com o ano anterior. A queda foi menor do que a ocorrida entre 2013 e 2014, quando a baixa chegou a 1 ponto porcentual.
“A queda de participação de mercado vem desacelerando”, disse o executivo.
É algo que temos que trabalhar fortemente, mas houve uma melhoria, apesar do mercado estar mais restritivo
José Roberto Lettiere
A Natura apresentou ainda dados sobre o market share em outros países da América Latina. Segundo esses números, também da Euromonitor, o market share aumentou 0,5 ponto porcentual na média de todos os cinco países de atuação na região. Os maiores ganhos anuais se deram na Colômbia, com alta de 0,8 ponto, e na Argentina, com aumento de 0,7 ponto.