FMI prevê que o Brasil voltará a crescer somente em 2018
Fundo também reduziu previsões de crescimento global para este ano e para 2017
atualizado
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou hoje (19) para baixo as previsões de crescimento global, antecipando que a economia deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no próximo, dois décimos a menos do que o previsto em outubro. O fundo piorou a perspectiva de contração da atividade econômica no Brasil em 2016. O PIB foi revisado de -1% para -3,5%. Já para 2017 a expectativa é de que o país, finalmente, volte a crescer, registrando alta de 2,3%.
Na atualização feita ao World Economic Outlook e divulgada nesta terça-feira, o FMI justifica a revisão para baixo do crescimento mundial tanto em 2016 quanto em 2017 principalmente com o desempenho econômico dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento.
O fundo piorou também as projeções para as economias desenvolvidas, que deverão crescer 2,1% tanto em 2016 quanto em 2017, ou seja, menos 0,1 ponto percentual do que o estimado em outubro, uma previsão que se deve sobretudo aos Estados Unidos.
Os país norte-americano deverá crescer 2,6% em 2016 e 2017 (uma revisão para baixo de 0,2 ponto percentual).O FMI destaca que a atividade econômica “se mantém resiliente”, apoiada pelas condições financeiras que ainda se acomodam e pelo reforço dos mercados imobiliário e do trabalho. A valorização do dólar pesa na atividade industrial e os baixos preços do petróleo penalizam o investimento em estruturas de minas e equipamento.
A zona do euro deverá crescer, em seu conjunto, 1,7% este ano e no próximo, o que se traduz numa melhoria ligeira de 0,1 ponto percentual em 2016 e na manutenção da projeção para o próximo ano.
A instituição liderada por Christine Lagarde lembra que, no caso dos países da moeda única europeia, “o consumo privado mais forte, apoiado pelos baixos preços do petróleo e pelas condições financeiras facilitadas, compensa o enfraquecimento das exportações líquidas”.
Ainda dentro dos países desenvolvidos, o Japão, cuja economia cresceu 0,6% em 2015, deverá avançar 1% este ano (mantendo-se a previsão de outubro) e abrandar o ritmo de crescimento em 2017, para os 0,3% (uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual em relação a outubro).
O fundo mostra que o desempenho econômico em 2016 será impulsionado pela frente do orçamento, pelos baixos preços do petróleo, pelas condições financeiras em acomodação e pelo aumento dos rendimentos.
O FMI alerta que, “a menos que as transições-chave na economia mundial ocorram com sucesso, o crescimento global pode derrapar”. Relaciona uma série de riscos negativos, principalmente “um abrandamento mais forte do que o esperado na China”, “efeitos adversos nos balanços e no financiamento das empresas” devido à maior valorização do dólar e à restrição gradual das condições de financiamento, “um aumento inesperado da aversão ao risco” e “uma escalada das tensões geopolíticas em curso”.