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Desemprego cresce como principal motivo para atraso de dívidas, revela SCPC

Patamar foi o mais alto dos últimos quatro anos. Segundo o levantamento, os mais jovens são os mais afetados

atualizado

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1 de 1 inadimplenciabrasil - Foto: Marcos Santos/USP Images

Com o aprofundamento da crise econômica no Brasil, o desemprego tem se tornado cada vez mais o principal motivo para que o consumidor deixe de pagar as suas dívidas. É o que aponta pesquisa feita no último trimestre de 2015 pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (19/1) e mostram que, no fim do ano passado, 41% dos inadimplentes citaram a falta de emprego como justificativa para atrasar o pagamento de suas contas, o maior nível desde o primeiro trimestre de 2012.

O desemprego é historicamente a principal causa da inadimplência entre os brasileiros, mas há quase quatro anos esta não superava o patamar de 40%. Além disso, é a sua segunda alta seguida, depois de ter registrado 35% no terceiro trimestre de 2015 e 31% no segundo. No último trimestre de 2014, era de 36%.

Se a falta de emprego cresce como justificativa, cai o descontrole financeiro, geralmente atribuído a quem deixa de pagar simplesmente porque não tem cuidado com seus gastos. Este saiu de 29% no terceiro trimestre para 23% nos últimos três meses do ano.

“Esse avanço, ao longo de 2015, da falta de emprego como causa da inadimplência reflete bem o que foi o ano passado, uma vez que o desemprego vem crescendo de forma ininterrupta desde janeiro”, afirmou o economista-chefe da Boa Vista SCPC, Flávio Calife. “E a tendência é que isso continue em 2016, com a piora do mercado de trabalho e o consequentemente aumento da inadimplência”, acrescentou. “Mas não como em 2015, será uma piora mais gradual”, disse.

Juventude
O levantamento aponta ainda que os mais jovens são mais afetados. Entre os entrevistados com idade até 25 anos, 51% deles citaram o desemprego como motivo do atraso das dívidas. Na faixa de 26 a 35 anos, o nível é de 54%. Daí em diante a taxa cai para 47% entre aqueles de 36 a 45 anos e para 30% na faixa de 46 a 55 anos.

“Os mais jovens são os que têm mais dificuldade de encontrar emprego e também são os que tomam menos crédito para comprar bens duráveis, ficam mais concentrados nas contas do dia a dia, por isso o desemprego acaba afetando-os mais fortemente”, avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Na classificação por renda, os mais pobres são os que mais citam o desemprego. Entre os que têm renda familiar de até três salários mínimos, a falta de trabalho é mencionada por 46%, quase o mesmo patamar observado na faixa de três a dez salários mínimos: 47%. Acima de dez salários mínimos, o nível é de 36%.

A forma de pagamento mais utilizada na compra que gerou a inadimplência foi o carnê/boleto, com 34% das citações, seguida por cartão de crédito (28%), cheque (14%), empréstimo pessoal (12%), cartão da loja (7%) e cheque especial (5%). Quanto ao valor das dívidas, 31% dos consumidores disseram que a soma das dívidas em atraso é de até R$ 500, enquanto 51% têm entre R$ 500,01 e R$ 5.000 e 18% devem acima de R$ 5.000.

O levantamento da Boa Vista SCPC mostrou também queda na intenção dos consumidores em realizar novas compras, após quitarem as dívidas: apenas 21% pretendem fazer novas compras depois de saldar seus compromissos – redução de 11 pontos porcentuais em comparação com último trimestre do ano anterior.

Segundo a pesquisa, 78% dos consumidores não pretendem realizar novas compras. A pesquisa é feita trimestralmente e a última ouviu 1.017 consumidores, entre os dias 23 de novembro e 2 de dezembro.

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